terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Jornada ’24 horas para o Senhor’ é convite à oração

Afirma o Santo Padre: “Não subestimemos a força da oração de muitos! 
A iniciativa 24 horas para o Senhor, que espero se celebre em toda a Igreja – mesmo a nível diocesano – pretende dar expressão a esta necessidade da oração” 
E diz ainda: “Com o apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa ’24 horas para o Senhor’, quis sublinhar a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética” (Mensagem para a Quaresma 2016).
Em meio ao período santo da Quaresma, o Pontifício Conselho para a Nova Evangelização quer estimular as pessoas a viverem e cultivarem a fé, especialmente neste Ano Extraordinário, agradecendo pela misericórdia de Deus.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma



«Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13). As obras de misericórdia no caminho jubilar»

1. Maria, ícone de uma Igreja que evangeliza porque evangelizada
Na Bula de proclamação do Jubileu, fiz o convite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus» (Misericordiӕ Vultus, 17). Com o apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa «24 horas para o Senhor», quis sublinhar a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética. Com efeito, a misericórdia de Deus é um anúncio ao mundo; mas cada cristão é chamado a fazer pessoalmente experiência de tal anúncio. Por isso, no tempo da Quaresma, enviarei os Missionários da Misericórdia a fim de serem, para todos, um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus.
Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que Lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente, no Magnificat, a misericórdia com que Deus A predestinou. Deste modo, a Virgem de Nazaré, prometida esposa de José, torna-se o ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo, que fecundou o seu ventre virginal. Com efeito, na tradição profética, a misericórdia aparece estreitamente ligada – mesmo etimologicamente – com as vísceras maternas (rahamim) e com uma bondade generosa, fiel e compassiva (hesed) que se vive no âmbito das relações conjugais e parentais.

2. A aliança de Deus com os homens: uma história de misericórdia
O mistério da misericórdia divina desvenda-se no decurso da história da aliança entre Deus e o seu povo Israel. 
Na realidade, Deus mostra-Se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a derramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos quando a infidelidade quebra o vínculo do pacto e se requer que a aliança seja ratificada de maneira mais estável na justiça e na verdade. Encontramo-nos aqui perante um verdadeiro e próprio drama de amor, no qual Deus desempenha o papel de pai e marido traído, enquanto Israel desempenha o de filho/filha e esposa infiéis. São precisamente as imagens familiares – como no caso de Oseias (cf. Os 1-2) – que melhor exprimem até que ponto Deus quer ligar-Se ao seu povo.
Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada (cf. Misericordiӕ Vultus, 8). Na realidade, Jesus de Nazaré enquanto homem é, para todos os efeitos, filho de Israel. E é-o ao ponto de encarnar aquela escuta perfeita de Deus que se exige a cada judeu pelo Shemà, fulcro ainda hoje da aliança de Deus com Israel: «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Dt 6, 4-5). O Filho de Deus é o Esposo que tudo faz para ganhar o amor da sua Esposa, à qual O liga o seu amor incondicional que se torna visível nas núpcias eternas com ela.
Este é o coração pulsante do querigma apostólico, no qual ocupa um lugar central e fundamental a misericórdia divina. Nele sobressai «a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado» (Evangelii Gaudium, 36), aquele primeiro anúncio que «sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, de uma forma ou doutra, durante a catequese» (Ibid., 164). Então, a Misericórdia «exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar» (Misericordiӕ Vultus, 21), restabelecendo precisamente assim a relação com Ele. E, em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d’Ele.
E faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da sua Esposa.

3. As obras de misericórdia
A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia.
É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual. Estas recordam-nos que a nossa fé se traduz em atos concretos e quotidianos, destinados a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre os quais havemos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo. Por isso, expressei o desejo de que «o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina» (Ibid., 15). Realmente, no pobre, a carne de Cristo «torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga… a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós» (Ibid., 15). É o mistério inaudito e escandaloso do prolongamento na história do sofrimento do Cordeiro Inocente, sarça ardente de amor gratuito na presença da qual podemos apenas, como Moisés, tirar as sandálias (cf. Ex 3, 5); e mais ainda, quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofre por causa da sua fé.
Diante deste amor forte como a morte (cf. Ct 8, 6), fica patente como o pobre mais miserável seja aquele que não aceita reconhecer-se como tal. Pensa que é rico, mas na realidade é o mais pobre dos pobres. E isto porque é escravo do pecado, que o leva a utilizar riqueza e poder, não para servir a Deus e aos outros, mas para sufocar em si mesmo a consciência profunda de ser, ele também, nada mais que um pobre mendigo. E quanto maior for o poder e a riqueza à sua disposição, tanto maior pode tornar-se esta cegueira mentirosa. Chega ao ponto de não querer ver sequer o pobre Lázaro que mendiga à porta da sua casa (cf. Lc 16, 20-21), sendo este figura de Cristo que, nos pobres, mendiga a nossa conversão. Lázaro é a possibilidade de conversão que Deus nos oferece e talvez não vejamos. E esta cegueira está acompanhada por um soberbo delírio de onipotência, no qual ressoa sinistramente aquele demoníaco «sereis como Deus» (Gn 3, 5) que é a raiz de qualquer pecado. Tal delírio pode assumir também formas sociais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a massa possível de instrumentalizar. E podem atualmente mostrá-lo também as estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento fundado na idolatria do dinheiro, que torna indiferentes ao destino dos pobres as pessoas e as sociedades mais ricas, que lhes fecham as portas recusando-se até mesmo a vê-los.
Portanto, a Quaresma deste Ano Jubilar é um tempo favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia. Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as espirituais nunca devem ser separadas. Com efeito, é precisamente tocando, no miserável, a carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber, em dom, a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo. Por esta estrada, também os «soberbos», os «poderosos» e os «ricos», de que fala o Magnificat, têm a possibilidade de aperceber-se que são, imerecidamente, amados pelo Crucificado, morto e ressuscitado também por eles. Somente neste amor temos a resposta àquela sede de felicidade e amor infinitos que o homem se ilude de poder engrandecer mediante os ídolos do saber, do poder e do possuir. Mas permanece sempre o perigo de que os soberbos, os ricos e os poderosos – por causa de um fechamento cada vez mais hermético a Cristo, que, no pobre, continua a bater à porta do seu coração – acabem por se condenar precipitando-se eles mesmos naquele abismo eterno de solidão que é o inferno. Por isso, eis que ressoam de novo para eles, como para todos nós, as palavras veementes de Abraão: «Têm Moisés e o Profetas; que os oiçam!» (Lc 16, 29). Esta escuta activa preparar-nos-á da melhor maneira para festejar a vitória definitiva sobre o pecado e a morte conquistada pelo Esposo já ressuscitado, que deseja purificar a sua prometida Esposa, na expectativa da sua vinda.
Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão! Pedimo-lo pela intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que Lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez (cf. Lc 1, 48), confessando-Se a humilde serva do Senhor (cf. Lc 1, 38).
Vaticano, 4 de Outubro de 2015
Festa de S. Francisco de Assis
[Franciscus]
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Roteiro para Quaresma



Como ocorreu a divisão entre católicos e ortodoxos e por que eles se mantêm separados


O cristianismo foi dividido há quase mil anos e pela primeira vez desde então as duas ramificações mais numerosas voltam a se reaproximar.

Nesta sexta-feira (12/02), o papa Francisco e o patriarca ortodoxo Kirill protagonizaram o primeiro encontro já realizado na história entre o bispo de Roma e o bispo de Moscou, a mais numerosa das igrejas ortodoxas, com cerca de 150 milhões de fiéis. Trata-se de um encontro aguardado há quase mil anos, desde que o cristianismo se dividiu entre Igreja do Ocidente e do Oriente.
Entenda a seguir porque católicos e ortodoxos se separaram e porque essa distância foi mantida até hoje entre as duas grandes ramificações do cristianismo.
A história da divisão
Em 330 d.C., o imperador Constantino decidiu fazer de Constantinopla a “nova Roma” e torná-la a capital do Império. Em 381, o bispo da cidade alegou um primado de honra logo abaixo do de Roma. O imperador Teodósio foi o último a governar um império unificado, com sede em Constantinopla. Depois de sua morte, o Império Romano se dividiu em Império do Oriente e Império do Ocidente. Com isso aumentaram as pretensões do bispo de Constantinopla, que no Concílio de Calcedônia, em 451, obteve a confirmação de seu posto de honra e uma jurisdição efetiva em várias dioceses, decisão adotada depois da saída dos legados romanos do Concílio e nunca reconhecida pelo papa.
Em Constantinopla, se desenvolveu pouco a pouco a convicção de que o bispo deveria ter sobre o Patriarcado uma autoridade absoluta, ainda que se devesse reconhecer, em nível honorífico, inferior ao bispo de Roma, que teria então uma autoridade absoluta sobre os territórios do Ocidente. Outros fatores contribuíram para a separação, como a diferença da cultura latina e da greco-oriental, a ênfase teológica distinta e a política dos imperadores do Oriente, que não viam com bons olhos que a Igreja de seu Império dependesse de uma autoridade estrangeira – o papa – o que os levava a apoiar as pretensões dos patriarcas.
Depois de um breve cisma entre 863 e 867, findado pelo patriarca Fócio de Constantinopla, o cisma definitivo se deu em 1054, com o patriarca Miguel Cerulário, que não rompeu relações com Roma, porque elas de fato já não existiam, mas fez fracassarem todas as tentativas de retomada de relações e voltou a abrir a polêmica contra os ritos e os usos latinos iniciada por Fócio. As Igrejas do Oriente, seguindo Constantinopla, deixaram de reconhecer o primado de jurisdição do papa.
As diferenças
O que hoje nós chamamos de Igreja ortodoxa – palavra que significa “doutrina correta” – é uma comunhão de quatorze Igrejas autocéfalas, isto é, autônomas, que professam a mesma fé e, com algumas diferenças culturais, celebram os mesmos ritos. Elas reconhecem no Patriarcado Ecumênico de Constantinopla um primado de cunho apenas honorífico, não tendo o patriarca de Constantinopla jurisdição sobre os demais patriarcados.
Há poucas diferenças doutrinais entre os católicos e os ortodoxos. Uma das mais expressivas, que catalisou o debate teológico na época do cisma de 1054, diz respeito ao Espírito Santo. Enquanto os ortodoxos dizem que ele procede apenas de Deus Pai, os católicos acreditam que ele proceda do Pai e do Filho. Ultimamente, porém, isso tem sido visto mais como uma diferença de ênfase teológica do que como uma diferença propriamente de dogma.
Embora não estejam em plena comunhão, a Igreja católica reconhece a validade dos sacramentos celebrados e a presença da legítima sucessão apostólica nas Igrejas ortodoxas. Além da questão central do primado de jurisdição do papa, as grandes diferenças entre os dois grupos se referem sobretudo a questões de calendário, normas disciplinares, usos e costumes culturais.
Proselitismo
Um dos problemas existentes entre a Igreja Católica e o Patriarcado de Moscou é a acusação de proselitismo que a Igreja russa dirige aos católicos, que usariam de atividades caritativas, como creches, com o fim de difundir a fé católica entre os ortodoxos. No começo do século XXI, as relações entre os católicos e os ortodoxos russos se dificultou. Em 2002, João Paulo II transformou as administrações apostólicas do território russo em dioceses, suscitando protestos oficiais da Igreja russa, incluindo a expulsão de um bispo e quatro padres católicos do país.
Tadeusz Kondrusiewicz, que foi arcebispo católico de Moscou, afirmava que a acusação era infundada: “Não queremos invadir o território de ninguém, não queremos roubar fiéis de ninguém. Aliás, afirmamos com vigor o princípio de que todo homem tem direito a escolher a sua própria fé. Mas se o Patriarcado de Moscou pode ter paróquias na Itália e em outros países da Europa, nas quais prestam serviços sacerdotes que em muitos casos quase nem falam russo, por que a Igreja católica não teria o direito de existir e atuar na Rússia?”, disse ele à imprensa religiosa na época da polêmica.
Contudo, o patriarca de então, Aleixo II, era muito explícito sobre essa questão: “Os documentos sobre o proselitismo católico, em seu núcleo fundamental, são o resultado de uma investigação escrupulosa e objetiva da situação real.” Na Rússia, os católicos são menos de 1% da população.
Outro fator de discordância é a situação da Igreja greco-católica ucraniana, de rito oriental e língua litúrgica ucraniana, que mantém a comunhão com Roma. É o chamado “uniatismo”: as Igrejas de rito oriental que aceitaram voltar à plena comunhão com o papa mantendo os próprios ritos, cultos e tradições e uma ampla autonomia eclesiástica. O uniatismo foi motivo de polêmica entre a ortodoxia e o catolicismo: para os ortodoxos, as Igrejas uniatas são um instrumento do proselitismo latino.
O caminho para a unidade
Até o século passado, não havia sido realizado nenhum encontro entre os líderes da Igreja católica e da ortodoxa. O primeiro encontro de um papa com um patriarca se deu em 1964, quando Paulo VI se reuniu em Jerusalém com o patriarca ecumênico de Constantinopla, Atenágoras. Naquela ocasião, ambos se retrataram das excomunhões que as Igrejas trocaram em 1054.
O diálogo entre católicos e ortodoxos se estreitou cada vez mais desde então. João Paulo II falava da necessidade de alcançar uma “comunhão afetiva”, antes de se chegar a uma “comunhão efetiva”. Bento XVI, por sua vez, visitou o patriarca ecumênico Bartolomeu na Turquia, em 2006, que retribuiu a visita em 2008, na festa de São Pedro e São Paulo, quando o papa e o patriarca dividiram a homilia e rezaram o credo juntos em grego. No mesmo ano, Bartolomeu participou do Sínodo dos Bispos no Vaticano.
Quando Francisco foi eleito, em 2013, Bartolomeu compareceu à missa de inauguração do pontificado, o que nunca tinha acontecido desde o cisma. Em 2014, o papa e o patriarca repetiram o gesto de Paulo VI e Atenágoras em Jerusalém, celebrando os 60 anos do acontecimento. Logo depois, quando Francisco reuniu os presidentes de Israel e da Palestina para um momento de oração no Vaticano, Bartolomeu também marcou presença.
No ano passado, Francisco se mostrou disposto a alterar a data em que os católicos celebram a Páscoa para que a principal festa do cristianismo fosse celebrada simultaneamente por católicos e ortodoxos. Além disso, o ensinamento de Bartolomeu sobre o cuidado com o meio ambiente, tema que lhe é muito caro, mereceu toda uma seção da última encíclica de Francisco,Laudato Si’.
Um passo que ainda não havia sido dado era o encontro de um papa com o patriarca de Moscou. Era um evento aguardado há muito tempo, dada a importância da Igreja russa dentro da ortodoxia: é a maior e mais numerosa das Igrejas autocéfalas ortodoxas do mundo, com quase 150 milhões de fiéis. As tensões nas relações entre católicos e ortodoxos na Rússia impossibilitavam a realização de um encontro cordial. Pouco a pouco, as relações foram se estreitando, com o cada vez mais frequente encontro de delegações das duas Igrejas. O patriarca Kirill, como seu antecessor, também foi muito crítico em relação à Igreja católica, mas quando inaugurou o sínodo dos bispos da Igreja ortodoxa russa, em 2 de fevereiro de 2013, falou do “claro reconhecimento da necessidade de unir forças em defesa dos valores tradicionais cristãos e se contrapor a algumas ameaças da modernidade, como a secularização agressiva, que ameaça as bases morais da vida social e privada, a crise dos valores da família e a perseguição e discriminação dos cristãos no mundo”.
O Sínodo Pan-Ortodoxo
Em março de 2014, os primazes ortodoxos realizaram uma Sinaxe, nome que dão às suas reuniões, em Istambul. Naquela ocasião, decidiram convocar um Sínodo Pan-Ortodoxo, o “Santo e Grande Concílio da Igreja Ortodoxa”, que será realizado entre 16 e 27 do próximo mês de junho, sob a presidência do patriarca ecumênico Bartolomeu, com participação de delegações de todas as Igrejas ortodoxas autocéfalas.
O Sínodo estava inicialmente previsto para ser realizado em Istambul, mas devido a tensões internacionais entre a Turquia e a Rússia, que colocariam em risco a presença no encontro dos representantes do Patriarcado de Moscou, a sede foi transferida. Na última Sinaxe, ocorrida no mês passado em Chambésy, na Suíça, os primazes escolheram como nova sede Creta, ilha sob a jurisdição do patriarcado de Constantinopla, por oferecer condições logísticas mais favoráveis e por já ter abrigado conferências teológicas.
Em Chambésy, foram aprovados os temas parte da agenda do Sínodo. Entre estes, além da “missão da Igreja ortodoxa no mundo contemporâneo”, está presente também a questão das relações da Igreja ortodoxa com as outras Igrejas cristãs. Também foi aprovada a participação de observadores não ortodoxos durante as sessões de abertura e de encerramento do Sínodo. Uma reunião ortodoxa dessa magnitude nunca havia acontecido desde o cisma de 1054.
Com informações de News.vaL’Osservatore Romano e Aleteia.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

QUARTA-FEIRA DE CINZAS - SANTA MISSA EM STO ANTONIO ÀS 19H30

Quarenta dias antes da Páscoa, a Igreja abre solenemente o tempo de penitência, chamado Quaresma, em preparação para a celebração da Páscoa.
A imposição das cinzas não constitui um mero rito a ser repetido a cada ano. É celebração da vocação do ser humano, chamado à imortalidade feliz, contanto que realize o mistério pascal de morte e vida em sua vida fraterna.
Onze perguntas que todo católico deve saber sobre a Quarta-feira de Cinzas
1. O que é a Quarta-feira de Cinzas?
É o primeiro dia da Quaresma, ou seja, dos 40 dias nos quais a Igreja chama os fiéis a converter-se e a preparar-se verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo durante a Semana Santa.
2. Como nasceu a tradição de impor as cinzas?
A tradição de impor a cinza é da Igreja primitiva. Naquela época, as pessoas colocavam as cinzas na cabeça e se apresentavam ante à comunidade com um “hábito penitencial” para receber o Sacramento da Reconciliação na Quinta-feira Santa.
A Quaresma adquiriu um sentido penitencial para todos os cristãos quase 400 anos d.C. e, a partir do século XI, a Igreja de Roma impõe as cinzas no início deste tempo.
3. Por que impõem as cinzas?
A cinza é um símbolo. Sua função está descrita em um importante documento da Igreja, mais precisamente no artigo 125 do Diretório sobre a piedade popular e a liturgia:
“O começo dos quarenta dias de penitência, no Rito romano, caracteriza-se pelo austero símbolo das Cinzas, que caracteriza a Liturgia da Quarta-feira de Cinzas. Próprio dos antigos ritos nos quais os pecadores convertidos se submetiam à penitência canônica, o gesto de cobrir-se com cinza tem o sentido de reconhecer a própria fragilidade e mortalidade, que precisa ser redimida pela misericórdia de Deus. Este não era um gesto puramente exterior, a Igreja o conservou como sinal da atitude do coração penitente que cada batizado é chamado a assumir no itinerário quaresmal. Devem ajudar aos fiéis, que vão receber as Cinzas, para que aprendam o significado interior que este gesto tem, que abre a cada pessoa a conversão e ao esforço da renovação pascal”.
4. O que simbolizam e o que recordam as cinzas?
A palavra cinza, que provém do latim “cinis”, representa o produto da combustão de algo pelo fogo. Esta adotou desde muito cedo um sentido simbólico de morte, expiração, mas também de humildade e penitência.
A cinza, como sinal de humildade, recorda ao cristão a sua origem e o seu fim: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra” (Gn 2,7); “até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás” (Gn 3,19).
5. Onde podemos conseguir as cinzas?
Para a cerimônia devem ser queimados os restos dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. Estes recebem água benta e logo são aromatizados com incenso.
6. Como se impõe as cinzas?
Este ato acontece durante a Missa, depois da homilia. As cinzas são impostas na fronte, em forma de cruz, enquanto o ministro pronuncia as palavras Bíblicas: “és pó e em pó te tornarás” ou “convertam-se e creiam no Evangelho”.
7. O que devem fazer quando não há sacerdote?
Quando não há sacerdote, a imposição das cinzas pode ser realizada sem Missa, de forma extraordinária. Entretanto, é recomendável que antes do ato participem da liturgia da palavra.
É importante recordar que a bênção das cinzas, como todo sacramental, somente pode ser feita por um sacerdote ou um diácono.
8. Quem pode receber as cinzas?
Qualquer pessoa pode receber este sacramental, inclusive as não católicas. Como explica o Catecismo (1670 ss.) “sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos; mas, pela oração da Igreja, preparam para receber a graça e dispõem para cooperar com ela”.
9. A imposição das cinzas é obrigatória?
A Quarta-feira de Cinzas não é dia de preceito e, portanto, não é obrigatória. Não obstante, nesse dia muitas pessoas costumam participar da Santa Missa, algo que sempre é recomendável.
10. Quanto tempo é necessário permanecer com a cinza na fronte?
Quanto tempo a pessoa quiser. Não existe um tempo determinado.
11. O jejum e a abstinência são necessários?
O jejum e abstinência são obrigatórios durante a Quarta-feira de Cinzas, como também na Sexta-feira Santa, para as pessoas maiores de 18 e menores de 60 anos. Fora desses limites, é opcional. Nesse dia, os fiéis podem ter uma refeição “principal” uma vez durante o dia.
Fonte: ACI

CAMPANHA DA FRATERNIDADE


A Campanha da Fraternidade, neste ano terá como tema,
“Casa Comum: nossa responsabilidade” e o lema, “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5,24).


ORAÇÃO OFICIAL DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2016

Deus da vida, da justiça e do amor, Vós fizestes com ternura o nosso planeta, morada de todas as espécies e povos.
Dai-nos assumir, na força da fé e em irmandade ecumênica, a corresponsabilidade na construção de um mundo sustentável e justo, para todos.

No seguimento de Jesus, com a Alegria do Evangelho e com a opção pelos pobr

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

CATEQUESE - O QUE VAI MUDAR


Entenda o que vai mudar na catequese e saiba como fazer a inscrição – 14  a 28/02


Catequizando1-300x226A Arquidiocese de Florianópolis inicia em 2016 um novo processo  na Catequese, a Iniciação à Vida Cristã, que corresponde aos sacramentos do Batismo, Eucaristia e Crisma.
Este método tem como inspiração o processo realizado no início da Igreja que era chamado de Catecumenato. Na época, a pessoa que queria tornar-se cristã se aproximava da comunidade e começava um processo de conhecimento e de experiência com Jesus Cristo, através do contato com a Palavra de Deus e de ritos que a levava a uma profunda conversão e adesão.
Portanto, só teremos inscrição para as crianças que completarem 9 anos em 2016!

O que vai mudar na catequese?
O jeito de entender e compreender a Catequese ou a Iniciação à Vida Cristã.
O processo inicia em 2016. Então quem iniciou antes disso, ainda viverá o processo antigo.
Os pais que têm filhos que completam 09 anos neste ano já podem inseri-los no processo novo.

Como se dará isso?
É uma mudança de mentalidade em relação à Catequese. A Igreja quer os pais e a família presentes e ativos no processo de Iniciação. É necessário mudar a ideia de que basta frequentar a Catequese, ir ocasionalmente à Missa  e receber o sacramento.
O objetivo é levar o catequizando e sua família a um processo de conversão, de amadurecimento e de comprometimento com a proposta de Jesus Cristo. É preciso compreender, assumir e viver o que se acredita e se professa.
Assim quando os pais chegarem para fazer a inscrição da catequese será apresentado para eles a proposta da catequese.
Os pais terão encontros mensais no primeiro semestre deste ano. 
Em agosto começa uma nova etapa para as crianças e os pais. 
As crianças são acolhidas, em clima festivo e iniciam sua caminhada.

O processo passará por mudanças na questão de participação das famílias. Ele terá etapas e fases. Cada uma terá uma celebração envolvendo os pais, filhos e comunidade:
1º Tempo com os catequizandos – Pré-Catecumenato: Tempo de despertar para uma primeira aproximação e encantamento com a pessoa de Jesus Cristo. É tempo que precede o processo catequético propriamente dito. Chamado também de pré-catecumenato. Ao final desse tempo acontece a Celebração de entrada para o tempo da catequese.
2º Tempo com os catequizandos – Querigma – Catequese: É o tempo mais longo, pois é dedicado ao estudo bíblico-doutrinal e ao aprofundamento. Está estruturado em fases, celebrações e eixos temáticos. Nele, o catequizando é convidado a conhecer e a experimentar os principais aspectos da doutrina cristã. É conhecido como catecumenato. Acontecerá celebração de entrega da Palavra de Deus; da vida; natalina; oração do Senhor; mandamento do Senhor; da reconciliação.
3º Tempo de Iluminação e purificação: O catequizando, já introduzindo na experiência cristã e desejando tornar-se discípulo, é eleito pela comunidade eclesial para a iniciação sacramental. O eleito fará uma experiência de amadurecimento espiritual cuja finalidade é iluminar e purificar a mente e o coração para uma experiência do Mistério Pascal através dos sacramentos. Acontecerá a celebração das promessas do Batismo; celebração do Sacramento da Eucaristia; vivências pós-eucaristia.
4º Tempo da Mistagogia: É o tempo litúrgico por excelência. Recomenda-se que seja vivenciado ao longo do tempo pascal. Iluminados pelos sacramentos recebidos, os iniciados são chamados a vivenciar a salvação oferecida por Deus na liturgia comunitária, fonte para a missão na Igreja e sociedade.

Por enquanto, a Catequese de Crisma continuará igual.
Haverá inscrições em fevereiro para os que completarem 13 anos até 30/06 e inscrições em julho para os que completarem 13 anos até 31/12.
Inscreva-se!